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As Novas Táticas de Guerra da Rússia e da Ucrânia

  • Júlia Marcon
  • 17 de jun.
  • 3 min de leitura
© 2025 British Broadcasting Corporation (BBC)
© 2025 British Broadcasting Corporation (BBC)

A Guerra entre Rússia e Ucrânia se reformula à medida que o governo ucraniano investe em ataques engenhosos, com armamentos de preço relativamente baixo. A Rússia, em contrapartida, mostrou ao mundo uma nova arma, com maior letalidade em relação a aquelas que já havíamos visto nos combates entre os dois países. No dia 1 de junho, mais de 100 drones ucranianos atingiram bases aéreas no interior da Rússia, tendo como alvo bombardeiros de longo alcance, com capacidade nuclear. A operação, chamada “Teia de Aranha”, levou 18 meses de preparação e os drones usados foram o que mais chamou atenção nesse ataque.

Os “drones FPV” possuem baixo custo, em média de 400 a 500 dólares. Esses equipamentos, inicialmente, foram criados para uso civil, com o objetivo de registrar atividades recreativas como jogos esportivos e festas. Entretanto, algumas de suas características se mostraram valiosas para as atividades militares, como sua agilidade, dificuldade de localização e alta precisão para soltar bombas. Os armamentos, operados de forma remota com o auxílio de Inteligência Artificial (IA), foram levados de forma discreta pelo Serviço de Segurança da Ucrânia e usados para atacar equipamentos militares russos sofisticados.

A Ucrânia, nesta conjuntura, conquistou uma vitória histórica, uma vez que drones de baixo custo para o governo ucraniano resultaram em prejuízos bilionários para a Rússia. Além disso, a operação se configura como uma maneira da Ucrânia expor, a nível internacional, sua força militar, fator importante considerando principalmente as tensões dos últimos meses entre o presidente ucraniano Zelensky e o presidente americano Donald Trump em relação aos rumos da guerra. No dia do ataque, explosões foram registradas em vários horários em toda a Rússia e, de acordo com o Ministério da Defesa russo, os ataques ocorreram em cinco regiões: Murmansk, Irkutsk, Ivanovo, Ryazan e Amur. Os drones foram contrabandeados para a Rússia dentro de cabines de madeira, colocadas na traseira de caminhões e escondidas sob tetos removíveis. Os caminhões, então, foram levados a locais próximos de bases aéreas russas por motoristas que, aparentemente, não possuíam conhecimento da carga que transportavam. 

Entretanto, apesar do engenhoso ataque ucraniano, não se pode ignorar os avanços russos nessa guerra, tendo os drones de fibra óptica como nova aposta extremamente perigosa na linha de frente contra a Ucrânia. Nesses armamentos, uma bobina com dezenas de quilômetros de cabo óptico é fixada na parte de baixo do drone e a fibra física é conectada ao controlador, que fica com o piloto. Assim, o sinal de vídeo e controle é transmitido para o drone através do próprio cabo, não por frequências de rádio, como em drones tradicionais. A grande vantagem disso se refere ao fato de que, assim, é impossível que o drone sofra interferências por interceptadores eletrônicos.

Outro benefício estratégico se refere ao fato de que a máquina em questão voa mais baixo e, nesse sentido, consegue entrar em pequenos compartimentos, como janelas de casas. Em contrapartida, os drones de fibra óptica são mais lentos em relação aos drones tradicionais e seu cabo pode ficar preso em objetos, como galhos de árvore, por exemplo. Cidades no leste da Ucrânia, como Rodynske, estão em escombros em razão de ataques aéreos resultantes do lançamento de bombas transportadas por drones de fibra óptica. Além de permitirem o avanço russo na região, esses drones forçam a Ucrânia a mudar sua tática, diminuindo as movimentações de posições dos soldados no campo de batalha. 

Assim, conforme as estratégias de guerra de ambos os países se reestruturam, o custo humano dos drones continua aumentando. É importante, nesse sentido, ressaltar que a guerra entre Rússia e Ucrânia têm causado impactos devastadores sobre a população civil, resultando em milhares de mortes, deslocamentos forçados e destruição massiva de infraestrutura essencial. Hospitais, escolas e áreas residenciais são repetidamente atingidos, comprometendo o acesso à serviços básicos como saúde, educação, eletricidade e água potável. Além disso, o trauma psicológico, especialmente entre crianças, idosos e outros grupos vulneráveis, evidencia as consequências humanas duradouras do conflito, que não possui perspectivas aparentes de chegar ao fim.


Fonte: BBC Brasil

Redação: Júlia Marcon

 
 
 

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