DHESARME se reune com organizações da sociedade civil em São Paulo para alinhar articulações nacionais no tema de desarmamento humanitário

No dia 8 de maio de 2025, lideradas pela Dhesarme, organizações da sociedade civil reuniram-se para discutir os desafios do desarmamento, controle de armas e o papel do Brasil em tratados internacionais. A reunião contou com a presença de representantes da Humans Rights Watch (Renata Escudeiro), Conectas Direitos Humanos (Arquias Cruz), Instituto Sou da Paz (Natália Pollachi) e da Comissão Arns (Laura Greenhalgh).

A reunião foi iniciada com um panorama internacional apresentado por Gustavo Oliveira Vieira, da Dhesarme, destacando as recentes denúncias feitas por países como Letônia, Estônia, Lituânia e Finlândia em relação ao Tratado de Erradicação de Minas Terrestres Antipessoais. Também foram compartilhadas as atualizações sobre a atuação da Dhesarme, incluindo o fortalecimento da rede internacional e o curso de Desarmamento Humanitário realizado em 2024.

Questões como a exportação de munições cluster por empresas brasileiras (especialmente a Avibras, atualmente em processo de desapropriação) foram levantadas. Foram discutidos os papéis de empresas como Target e Ares, bem como o financiamento de seus projetos por órgãos como a FINEP e o BNDES. Foi proposta uma articulação com parlamentares, como Guilherme Boulos, para promover maior fiscalização sobre a produção e exportação de armamentos.

Natália Pollachi (Instituto Sou da Paz) abordou a importância do Tratado sobre Comércio de Armas (ATT) e sua relação com a proteção de mulheres e crianças, destacando iniciativas como o “Training the Trainers” e o lançamento do ATT Monitor, previsto para agosto de 2025. Outros pontos discutidos incluíram o tráfico de armas e peças vindas do Paraguai, o uso de pistolas brasileiras no Iêmen, o sistema de rastreio de munições no Brasil, e os desafios no diálogo com o Ministério da Justiça. A Comissão Arns se colocou à disposição para articular visitas e reuniões com parlamentares.

A reunião reforçou a necessidade de pressão pública e diálogo com o Itamaraty, aproveitando sua maior abertura para a sociedade civil, e a importância de garantir que o Brasil não enfraqueça tratados fundamentais para o desarmamento humanitário.

A Dhesarme agradece a presença de todos e estamos ansiosos para os próximos capítulos dessa parceria!