Vozes Jovens pelo Desarmamento: A Experiência de Maria Clara no AWID Fórum
- Dhesarme
- 25 de jun.
- 2 min de leitura

Nesta entrevista, a discente e integrante da Dhesarme, Maria Clara Magalhães, compartilha sua participação no AWID Fórum 2024, realizado em Bangkok, na Tailândia, como parte da delegação da Young WILPF. A experiência fortaleceu sua conexão com o movimento feminista internacional e ampliou sua visão sobre o ativismo por justiça, paz e desmilitarização.
Como foi sua experiência no AWID Fórum?
O AWID Fórum é um evento que reúne movimentos feministas de todo o mundo, como movimentos de desmilitarização, à justiça de gênero, à população LGBTQIAP+ e seus aliados. O tema da edição de 2024 foi “Crescendo Juntas”, que teve como objetivo conectar mulheres de diferentes contextos e fortalecer coletivamente nossas lutas diante dos desafios do presente. A programação contou com palestras, workshops, exposições, exibição de filmes, atividades interativas, rodas de conversa e até momentos de dança. Tive a oportunidade de conhecer lideranças do Sul Global, entrar em contato com movimentos que ainda não conhecia, e dialogar lideres latino-americanas do movimento. Foi incrível!
Quais lições você tirou dessa experiência?
Aprendi muito ao longo dos 4 dias de evento. Tive a oportunidade de conhecer novos movimentos feministas, como o narcofeminismo, feminismo voltado às mulheres trabalhadoras sexuais, e conheci várias ecofeministas. Pude me conectar com outras feministas latino-americanas, com quem compartilhei trajetórias e vivências no Brasil, e escutei e passei a conhecer outras vivências e conflitos ao redor do nosso continente. Houve momentos, durante o evento onde tivemos que ser mais vulneráveis, mas foram dias incríveis, que pude me fortalecer. Pude vivenciar, na prática, a importância de criar espaços seguros e criativos para o diálogo. A Young WILPF foi essencial nesse processo de aprendizado, e levo comigo novas ideias e perspectivas para aplicar nas atividades da Dhesarme.
Como é ser ativista por genêro e paz hoje?
Ser feminista hoje é resistir aos retrocessos, violências e desigualdades. É construir novas alternativas e caminhos para uma paz mais inclusiva e feminista. Também é enfrentar estruturas de poder que tentam silenciar as vozes jovens, especialmente nós, mulheres do Sul Global, e ao mesmo tempo criar espaços seguros de escuta, afeto e transformação. Ser feminista é lutar por justiça de gênero, paz e desmilitarização, reconhecendo que o ativismo se manifesta de muitas formas, seja na pesquisa, na arte, nas ruas ou em outras redes.
Na sua opinião, quais são as dificuldades enfrentadas por jovens feministas?
As principais dificuldades são a falta de recursos, o acesso limitado a espaços de tomada de decisão e a escuta ainda seletiva dentro dos próprios movimentos. Muitas vezes, há um silenciamento das vozes jovens, principalmente das que vêm de contextos periféricos. Além disso, lidar com a sobrecarga emocional e o peso das injustiças sobre as quais trabalhamos também pode ser exaustivo. Mas, apesar desses desafios, seguimos resistindo e criando redes de apoio que nos fortalecem, que é o mais importante.
Qual é sua mensagem para outras jovens?
Acreditem na potência das suas vozes. No começo, tudo pode parecer novo, assustador, e é natural se sentir inexperiente. Mas fazer o que está ao seu alcance já é, por si só, um ato poderoso. Pesquisem, ocupem espaços de liderança sempre que possível, falem, se expressem. O ativismo se manifesta de muitas formas, e todas são válidas. Cada gesto é um ato político.










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