A Dhesarme – Ação Brasileira pelo Desarmamento Humanitário é uma iniciativa dedicada a promover e fortalecer a agenda do desarmamento humanitário no Brasil e no mundo, com especial atenção aos países de língua portuguesa e à América Latina. Nosso trabalho combina ativismo nacional e internacional, advocacy junto a órgãos governamentais e a produção de conhecimento técnico e acadêmico sobre o tema.
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Por ‘Desarmamento Humanitário’, consideramos o entendimento de que os processos de desarmamento devem ser pautados pelo imperativo humanitário de proteger a população civil dos impactos inaceitáveis causados pelo uso de certas armas. Do mesmo modo, o estabelecimento de regras e controle na comercialização e posse de qualquer tipo de arma é necessário para garantir a proteção à vida e construir sociedades pacíficas. Deste modo, consideramos processos de desarmamento e controle de armas como ações humanitárias.

A DHESARME
História
A Dhesarme começou como “Campanha Brasileira contra Minas Terrestres”, fundada em 1996 pelos ativistas pela paz Padre Marcelo Rezende Guimarães (1959-2015) e Pastor Ricardo Wangen (1924-2006), com apoio de diferentes ONGs brasileiras, como “Em Busca da Paz”, “Serpaz” e Anistia Internacional. A então Campanha foi desde seu início reconhecida como membro da Campanha Internacional pela Erradicação de Minas Terrestres (ICBL da sigla em inglês), laureada com Nobel da Paz de 1997.
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Entre 1996 e 2007, a trajetória da Campanha focou-se na temática de minas terrestres e foi caracterizada pela persistência no ativismo pela conscientização da sociedade civil, universalização e implementação do Tratado de Erradicação das Minas Terrestres (assinado em 1997 e em vigor em 1999). As atividades realizadas abrangeram: pressão pela ratificação do Tratado pelo Brasil, pela implementação, redução do número de minas retidas para treinamento, ampliação da assistência às vítimas, pesquisa em colaboração para o Monitor de Minas Terrestres (hoje Monitor de Minas Terrestres e Munições Cluster), a participação nos foros diplomáticos internacionais, incluindo atuação em relação aos países de língua portuguesa e da América Latina. Nesse curso, a Campanha foi membro do Comitê de Coordenação da ICBL entre 2003-2005.
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Entretanto, o avanço na erradicação das minas terrestres passou a evidenciar outras temáticas relevantes a serem enfrentadas, como a erradicação das munições cluster. Assim, em 2007 a Campanha agregou a seu nome “e Munições Cluster”, tornando-se “Campanha Brasileira contra Minas Terrestres e Munições Cluster” e atuando desde a primeira reunião de negociação e em todo itinerário até a adoção da Convenção sobre Munições Cluster (assinado em 2008 e em vigor em 2010).
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A partir de então, as pautas foram ampliando-se e os ativistas compreendendo que necessariamente precisariam assumir novas temáticas, como estava também ocorrendo internacionalmente com os ativistas em prol do desarmamento e controle de armas, sob o guarda-chuva do “desarmamento humanitário”, relacionadas como universalização do tratado sobre comércio de armas, abolição das armas nucleares e proibição de sistemas de armas plenamente autônomas.
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Assim, em Junho de 2015 a Campanha assumiu nova identidade, para se tornar “Dhesarme – Ação Brasileira pelo Desarmamento Humanitário.” Durante toda sua história, a Dhesarme teve uma dimensão importante na educação para a paz, incluindo oficinas em eventos como Fórum Social Mundial de 2001-2003 e envio de jovens brasileiros para participar de programas de formação de ativistas pela erradicação das minas terrestres como no Chile em 2002, Bangkok em 2003, Ottawa e Nairobi em 2004, Amã em 2007, Cartagena em 2009, Genebra em 2023 e 2025, Camboja em 2024. Esse processo teve um aporte com público universitário, incluindo com destaque UNISC, UNIFRA, UFPel e UNILA – atualmente, de 2014 em diante, por meio do projeto de extensão “Desarmamento Humanitário: abordagem política”.












































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