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Ataque israelense à usina de Natanz destrói estrutura crítica do programa nuclear iraniano e acende alerta internacional

  • dhesarmebrorg
  • há 7 dias
  • 3 min de leitura
© 2025 HuffPost
© 2025 HuffPost

Na madrugada de 13 de junho de 2025, a usina de enriquecimento de urânio de Natanz, no Irã, foi severamente danificada durante um ataque aéreo conduzido por Israel. A operação militar, batizada de “Leão em Ascensão”, envolveu aproximadamente 200 aeronaves e teve como alvos principais instalações nucleares e centros militares estratégicos em diversas regiões do Irã, marcando um dos episódios mais contundentes na crescente escalada de tensões entre os dois países.

O ataque a Natanz teve como foco a Planta Piloto de Enriquecimento de Combustível (PFEP), localizada acima do solo no complexo da usina. A estrutura abrigava cerca de 1.700 centrífugas IR-4 e IR-6, responsáveis por enriquecer urânio a até 60% de pureza, patamar próximo ao necessário para a fabricação de armamentos nucleares. Imagens de satélite analisadas por especialistas confirmam que o edifício foi completamente destruído, junto às instalações elétricas que alimentavam o sistema de centrifugação.

Embora a estrutura subterrânea do complexo, onde operam centrífugas mais antigas como as IR-1, não tenha sido diretamente atingida, a interrupção abrupta no fornecimento de energia elétrica levanta sérias preocupações. As centrífugas são altamente sensíveis a variações de energia, e desligamentos repentinos podem causar danos mecânicos permanentes, comprometendo ainda mais a capacidade operacional da instalação.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que, até o momento, não foram detectados aumentos nos níveis de radiação fora do complexo. No entanto, o diretor-geral da agência, Rafael Grossi, alertou para o risco de contaminação interna devido à presença de urânio hexafluoreto, substância tóxica e volátil utilizada no processo de enriquecimento. A AIEA solicitou acesso imediato às áreas afetadas, mas, até o fechamento desta matéria, o governo iraniano ainda não havia confirmado a autorização para inspeções presenciais.

O ataque também atingiu outras instalações nucleares em Isfahan e Arak, além de centros de pesquisa, bases militares e estruturas relacionadas à produção de mísseis. Segundo fontes do governo iraniano, dezenas de pessoas foram mortas, incluindo civis, e o país prometeu uma retaliação "severa e proporcional", interrompendo imediatamente as negociações nucleares com potências ocidentais que estavam em curso até então.

Para além das consequências militares e diplomáticas, o ataque reacende uma discussão urgente sobre os limites do uso da força em contextos de infraestrutura nuclear. A Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares (ICAN) manifestou preocupação com os riscos radiológicos associados a esse tipo de operação. A organização ressalta que danos a reatores ou piscinas de combustível irradiado podem provocar desastres em escala catastrófica, comparáveis ou até superiores aos de Chernobyl (1986) e Fukushima (2011), causando contaminação ambiental de longo prazo e impactos irreversíveis à saúde humana.

O ataque a Natanz, apesar de não ter atingido diretamente essas áreas de maior risco, representa, segundo a ICAN, uma perigosa normalização da militarização de instalações nucleares, violando normas do Direito Internacional Humanitário e das Convenções de Genebra. A ação também reforça a vulnerabilidade de programas nucleares civis em zonas de conflito e desafia os esforços multilaterais de não proliferação e desarmamento.

Diante da gravidade do ocorrido, diversos atores da sociedade civil, incluindo a Dhesarme, reforçam o apelo por um controle mais rígido sobre armas e tecnologias nucleares, o fim de ataques contra infraestruturas civis e o fortalecimento dos tratados internacionais que buscam impedir o uso militar da energia atômica. O episódio evidencia, mais uma vez, que enquanto arsenais e instalações nucleares existirem, o risco de catástrofes humanas e ambientais continuará à espreita.


Referências:


Redação: Giovanna Rezende

 
 
 

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