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Novo relatório revela níveis alarmantes de danos a civis pelo uso de armas explosivas em 2024

  • Giovanna Rezende
  • 21 de mai.
  • 3 min de leitura
© Explosive Weapons Monitor, 2025
© Explosive Weapons Monitor, 2025

Em 2024, civis continuaram sendo as principais vítimas de bombardeios e ataques com armas explosivas em cidades e vilarejos ao redor do mundo. De acordo com um novo relatório do Explosive Weapons Monitor, armas explosivas usadas por atores estatais e não estatais causaram danos a civis e à infraestrutura civil em 74 países e territórios.

Segundo o relatório, os contínuos bombardeios intensos em Gaza e o uso generalizado de armas explosivas no Líbano, Mianmar, Sudão, Síria, Ucrânia e outras regiões resultaram na morte de milhares de civis. Além disso, houve efeitos reverberantes e duradouros, como a perda de acesso seguro a serviços essenciais como saúde, educação, ajuda humanitária e segurança alimentar.

“Civis estão pagando o preço mais alto quando armas explosivas são usadas em áreas povoadas. Observamos um padrão preocupante de danos que se estendem muito além da área do ataque”, afirmou Katherine Young, gerente de pesquisa e monitoramento do Explosive Weapons Monitor.

Ela acrescenta:

“Essas armas não apenas matam e ferem civis, mas também destroem escolas, hospitais, redes elétricas, sistemas de abastecimento de água e outras infraestruturas essenciais — impactos que persistem mesmo após o fim dos conflitos. Isso impõe sofrimento prolongado a populações já devastadas por bombardeios.”

Os ataques em território palestino representaram quase dois terços de todas as mortes civis causadas por armas explosivas em 2024, número que permaneceu alarmante após um ano já devastador em 2023. No restante do mundo, as mortes de civis por armas explosivas aumentaram mais de 50% em relação ao ano anterior, com crescimentos notáveis no Líbano, Mianmar, Síria e Ucrânia.

O relatório também aponta um aumento acentuado de ataques contra infraestrutura civil e serviços essenciais. Os ataques a instalações de saúde com uso de armas explosivas aumentaram 64% em relação a 2023, resultando na destruição de hospitais, ambulâncias e na morte de profissionais da saúde. O uso de armas explosivas contra a educação mais que dobrou, e os ataques contra a ajuda humanitária ocorreram quase cinco vezes mais do que no ano anterior.

Entre os destaques do relatório, estão:

  • Ucrânia: após três anos de guerra, o sistema de saúde foi devastado. Ataques a infraestruturas energéticas e hospitais continuam colocando em risco pacientes e profissionais da saúde.

  • Mianmar: deslocamentos internos recordes e ataques a escolas e universidades causam interrupções no aprendizado, afetando gerações inteiras em todos os níveis educacionais e comprometendo o futuro da juventude.

  • Sudão: com quase 25 milhões de pessoas precisando de ajuda humanitária no fim de 2023, organizações reduziram programas e retiraram equipes por falta de segurança diante do uso contínuo de armas explosivas.

  • Síria: segundo a ONU, cerca de 15,4 milhões de sírios estão em risco imediato de morte ou ferimentos por restos explosivos de guerra — incluindo minas e submunições não detonadas — à medida que retornam a suas casas, vilarejos e terras agrícolas.

Diante da escala de danos causados aos civis, o relatório enfatiza a urgência de medidas concretas por parte dos Estados para proteger as populações e a infraestrutura da qual elas dependem. Entre essas medidas, está a adoção e implementação da Declaração Política sobre o Fortalecimento da Proteção de Civis contra as Consequências Humanitárias do Uso de Armas Explosivas em Áreas Populosas, aprovada em 2022 e já endossada por 88 países (incluindo o Brasil).

“Os Estados não podem normalizar o impacto devastador das armas explosivas sobre os civis. Ao assinar a declaração política, estão enviando uma mensagem clara de que os danos à população e à infraestrutura essencial à sobrevivência não serão tolerados”, afirma Alma Taslidzan, gerente de advocacy em desarmamento e proteção de civis da Humanity & Inclusion.

Para mais informações ou solicitações de entrevista:

📩 Kaya Nadesan: Comunicação e Campanhas, International Network on Explosive Weapons & Explosive Weapons Monitor 📧 kaya@article36.org

📩 Katherine Young: Gerente de Pesquisa e Monitoramento, Explosive Weapons Monitor📧 katherine@article36.org


Sobre o Explosive Weapons Monitor: O Explosive Weapons Monitor é uma iniciativa da sociedade civil que conduz pesquisas e análises sobre os impactos e práticas do uso de armas explosivas em áreas povoadas, em colaboração com a International Network on Explosive Weapons (INEW). Atua junto a organizações parceiras para coletar e divulgar dados sobre incidentes com armas explosivas em todo o mundo.

Sobre a INEW: A International Network on Explosive Weapons é uma rede internacional composta por quase 50 organizações não governamentais (incluindo a Dhesarme), que exigem ações imediatas para prevenir o sofrimento humano causado pelo uso de armas explosivas em áreas populosas. Suas atividades incluem pesquisa, formulação de políticas e advocacy para promover a conscientização sobre os danos causados por essas armas e estimular respostas concretas dos Estados.


*A matéria acima foi realizada como tradução do comunicado de imprensa do próprio Explosive Weapons Monitor junto a INEW.

 
 
 

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